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REC’n’Play 2023 construído com análise de dados

Você provavelmente já conhece o REC’n’Play, certo? O nosso Carnaval do Conhecimento é um super evento que dura quatro dias e traz centenas de atividades em áreas como tecnologia, economia criativa, cidades e empreendedorismo. O que você ainda não sabe é como a equipe que organiza o evento utiliza dados para gerenciar e otimizar o festival. Usando a análise de dados, a produção toma decisões com maior precisão.

Ontem (terça-feira, 05), durante o evento “A força dos ecossistemas em eventos de inovação” – promovido pelo Porto Digital, CESAR e Rio Innovation Week -, foram discutidos os impactos positivos da interação e colaboração entre o ecossistema de empresas em eventos como o REC’n’Play.

Além disso, também foi mostrado como os dados, ou melhor a tomada de decisões baseada em dados, é importante para entender o que funcionou ou não nas edições anteriores, para conhecer o perfil do público ou ainda para ter uma visão geral do andamento do próximo evento. É sobre isso que traremos mais detalhes nesse texto.

O valor que tem a análise de dados

A frase “dados são o novo petróleo” é amplamente difundida e muita gente já deve ter ouvido falar. Ela foi dita ainda em 2006 pelo matemático britânico Clive Humby. Sem dúvida o autor foi muito feliz em “prever” que o uso de dados se tornaria cada vez mais frequente e fundamental para qualquer negócio se manter competitivo. 

O gráfico a seguir ilustra o crescimento exponencial da geração de dados no mundo. Podemos perceber que em 2006 o mundo não gerava nem 2% do total de dados que são gerados globalmente hoje. A previsão é que em 2025 o mundo produza 181 zettabytes de dados (ou 181 x 10²¹ bytes), um número assombroso que acumula 21 zeros.

Os dados de a partir de 2021 são previsões calculadas a partir de vários estudos. Fonte: Statista.

Toda essa quantidade de dados gerados realmente impressiona, mas o que fazer com todo o volume de dados que temos acesso? Essa pergunta me faz pensar na continuação da célebre frase de Clive Humby, que na minha opinião é mais importante que seu início:

“Como petróleo, os dados são valiosos, mas se não forem refinados eles não podem ser realmente utilizados. Eles precisam ser transformados em gasolina, plástico, produtos químicos e etc. para criar uma entidade valiosa que impulsione atividades lucrativas. Então os dados devem ser decompostos e analisados para que tenham valor”. 

Ou seja, a existência de dados por si não gera valor nenhum, mas sim sua análise e principalmente as decisões tomadas com base nas informações obtidas através deles.

No sentido de entregar valor com dados, encontramos na literatura a “ação” como uma fase fundamental do processo de análise. É assim como o Google enxerga a análise de dados. Na analogia de Clive, a ação poderia ser equivalente a “transformar o petróleo em gasolina e encher o tanque de um carro”, ou seja, é de fato transformar o dado em um resultado útil. 

E como o REC’n’Play trata as informações?

Nesse contexto de transformar dados em ação, a equipe do REC’n’Play coleta informações. Um exemplo disso foi feito com os dados da edição de 2022 para saber, entre outras coisas, qual o perfil das pessoas que estiveram presentes.

Conseguimos notar pelos gráficos abaixo que o público é majoritariamente egresso de universidades, com cerca de 65% dos participantes com pelo menos o ensino superior. Outro ponto de destaque é a quantidade de mulheres interessadas no evento e, em especial, em atividades de tecnologia. Enquanto estudos indicam que apenas 12,3% dos profissionais de TI são mulheres, no REC’n’Play temos um número muito maior de mulheres engajadas em atividades de TI.

Perfil dos participantes do REC’n’Play 2022. Fonte: Porto Digital

Podemos saber ainda qual foi o tema de interesse dos participantes. A associação do Porto Digital com a tecnologia fica evidente nesse dado quando observamos que quase 60% do público que vem ao festival escolhe a tecnologia como o principal eixo temático de interesse.

Vale ressaltar que esse dado é coletado no momento de inscrição quando nem todas as atividades estão decididas, de modo que é possível fazer adaptações para atender a expectativa do público. Para esse ano, até o momento, cerca de 90% das pessoas têm interesse em atividades de tecnologia.

Conhecendo o público

Além do perfil dos participantes, também queremos conhecer suas origens e ter maior dimensão de alcance do evento. Como exemplo, no ano passado tivemos o prazer de receber pessoas vindas de 22 Estados e 146 cidades diferentes, mas, evidentemente, o maior público é mesmo do Recife e Região Metropolitana.

Para o público recifense, analisamos os bairros de residência e podemos notar que quase todos os bairros estão compreendidos. Isso valida o objetivo do evento em ser acessível para todos e de tal forma que o tema do evento deste ano “Pontes Pra Conectar Margens”.

Origem dos participantes do REC’n’Play por: 1) Estado e 2) Bairro do Recife. Fonte: Porto Digital

Diversas outras análises também são realizadas, como o engajamento dos participantes ao longo dos dias e com as atividades, informações que trazem insights valiosos para programação dos próximos eventos. Esses são só alguns exemplos práticos de “refinamento” e entrega de valor com dados que fazemos aqui no Porto Digital.

Se você quer saber mais sobre o REC’n’Play e quer participar, corre lá e faça sua inscrição gratuita nesse link. O evento ocorrerá entre os dias 18 a 21 de outubro e é promovido pelo Porto Digital e Ampla Comunicação.

Hiago Nunes faz análises de dados no Observatório do Porto Digital. É formado em Engenharia Biomédica e mestre em Saúde Translacional