Um grupo centenário, uma indústria e um shopping: três tipos de mercado diferentes, mas que se apropriam e utilizam na prática os pilares do Marketing do Futuro. Esse foi o tema central da mesa-redonda que Socorro Macedo, cofundadora e diretora de negócios da LeFil Company, mediou no auditório da Livraria Jaqueira, no Bairro do Recife, nesta quarta-feira (15), primeiro dia do REC’n’Play 2025, o maior festival de inovação e tecnologia do Brasil, que neste ano celebra os 25 anos do Porto Digital.
Com o tema “Como Grandes Marcas Estão Redesenhando o Marketing”, os convidados foram “provocados” para que pudessem compartilhar as experiências com o uso de Agentes Inteligentes na construção de personas, estratégias de marketing e posicionamento de três empresas: Grupo Cornélio Brennand, Pitú e Shopping Difusora.
Representando o marketing do Grupo Cornélio Brennand, Lúcia Helena compartilhou a experiência da empresa centenária e a importância de ter valores bem definidos na hora de trabalhar o marketing da empresa. “Nosso olhar esteve muito focado nos valores de inovação e dinamismo, essa foi a nossa grande preocupação. E foi muito importante ter outros olhares participando dessa escuta colaborativa, em um processo de co-construção, para validar que estávamos alinhados com os atributos da empresa”, disse Lucia. Afinal, por se tratar de uma instituição longeva, a tradição é um fator importante e que deve ser preservado.
“A gente tem muito cuidado em preservar a nossa autenticidade. A gente só fala do que de fato a gente é. O que é dito nas redes sociais é que as pessoas vivem. Não queremos apenas surfar na onda do que é tendência. E por isso é importante que a empresa tenha seus atributos bem definidos”, acrescentou a representante do Grupo Cornélio Brennand.
Preservação da persona
No caso da Pitú, que foi representada Eduarda Ferrer, que atua como Gerente de Marketing na empresa, explicou que os agentes inteligentes tiveram extrema importância no processo de desenhar a estratégia de marketing, mas que a Pitú fez questão de preservar a persona “pituzeiro raiz” nessas ações.
“É um cuidado muito nosso de não perder elementos que são essenciais da nossa marca. O balcão de bar, o pituzeiro raiz, o nosso consumidor e o local onde o nosso produto é vendido e consumido. É importante não se distanciar disso para que a gente não se perca nesse processo”, disse.
Com a preservação dessas características, Eduarda explicou que o processo construído de forma colaborativa com IA fosse sendo testado aos poucos e de diferentes formas.
“Visão de dono”
No comando da administração do Shopping Difusora, o caruaruense trouxe um outro olhar para o debate. Sem a vivência de marketing, ele explicou que sempre espera receber já no planejamento o que vem no retorno. “Dependendo do que for oferecido na proposta, o marketing pode receber um cheque em branco para executar tudo o que for necessário”, brincou. Além desse planejamento, o empresário acredita que é preciso aliar os valores de inovação e de tradição, sendo este, para ele, o sucesso de empresas centenárias.
Luverson não escondeu que foi impactado com a presença de agentes criativos não humanos no processo de construção das estratégias, mas foi enfático ao afirmar que é preciso se apropriar dessas técnicas para não ficar para trás. Fazendo uma analogia com o uso de uma pá, Ferreira explicou que é preciso estar atento às constantes mudanças.
“Se você tiver uma pá, antes de usá-la, você precisa ter curiosidade de usar, entender como usar, aprender a usar e saber onde usar. Se errar em algumas dessas etapas, não vai obter o resultado esperado, mas isso não quer dizer que a pá não é útil. A mesma coisa com as ferramentas (agentes inteligentes). Sabendo usar, você não perde espaço e ainda consegue otimizar as tarefas”, concluiu.